Natural da Mina de São Domingos, Valentim Adolfo João, a quem é dedicado o livro Crónica da Ordem Pública, segundo a biografia traçada por Paulo Guimarães, fez parte da geração dos anarco-sindicalistas actuantes no período revolucionário do proletariado.
Foi mineiro químico, amava a sua profissão, apesar de maldita e, mesmo no cárcere, nunca esqueceu o seu destino mineiro.
Embora não tivesse mais do que os primeiros estudos, conseguidos com dificuldades no meio de questiúnculas que envolviam um professor monárquico e outro republicano, o seu amor pelo saber foi tanto mais ardente quanto o encarava como o meio de libertação individual e colectiva.
Foi um verdadeiro intelectual de “novo tipo” desde os primeiros anos da República até 1933, altura em que fugiu para Espanha, para Alcaria de la Baca (Caramulo), onde teria estado cerca de dois anos, escapando por milagre à morte nas mãos da Guarda Nacional.
Esteve ligado a todas as lutas dos operários de São Domingos e Aljustrel, dirigindo-as.
Regressou a Portugal em 1936 e andou clandestino com o pseudóneo de José Dias, até ser reconhecido e preso no ano de 1946, em Setúbal.
Acusado de participação indirecta no atentado contra Salazar, por se supor ter sido ele a fornecer o dinamite, o que era completamente falso, foi condenado a 16 anos de prisão.
Segundo o seu biógrafo esta prisão mais não foi do que uma vingança do poder que, por estarem fartos dele e das suas actividades revolucionárias, o fizeram pagar com juros…
Acabou por vir a morrer em 1972, junto dos seus familiares, não nos deixando qualquer escrito, por os mesmos terem sido queimados por sua mulher quando aterrorizada com a sorte do marido.
Por tudo o que foi e pelo que sofreu em prol dos explorados e oprimidos, VALENTIM ADOLFO JOÃO está ingrato e injustamente esquecido por todos por quem lutou e que afinal lhe devem a liberdade conseguida.
Apesar de avessos a cultos de personalidade e homenagens póstumas, sinto que neste caso devemos não calar o silêncio, relembrando e homenageando Valentim Adolfo João.
Adolfo João
A HISTÓRIA DE VALENTIM ADOLFO JOÃO
Natural da Mina de São Domingos, Valentim Adolfo João, a quem é dedicado o livro Crónica da Ordem Pública, segundo a biografia traçada por Paulo Guimarães, fez parte da geração dos anarco-sindicalistas actuantes no período revolucionário do proletariado.
Foi mineiro químico, amava a sua profissão, apesar de maldita e, mesmo no cárcere, nunca esqueceu o seu destino mineiro.
Embora não tivesse mais do que os primeiros estudos, conseguidos com dificuldades no meio de questiúnculas que envolviam um professor monárquico e outro republicano, o seu amor pelo saber foi tanto mais ardente quanto o encarava como o meio de libertação individual e colectiva.
Foi um verdadeiro intelectual de “novo tipo” desde os primeiros anos da República até 1933, altura em que fugiu para Espanha, para Alcaria de la Baca (Caramulo), onde teria estado cerca de dois anos, escapando por milagre à morte nas mãos da Guarda Nacional.
Esteve ligado a todas as lutas dos operários de São Domingos e Aljustrel, dirigindo-as.
Regressou a Portugal em 1936 e andou clandestino com o pseudóneo de José Dias, até ser reconhecido e preso no ano de 1946, em Setúbal.
Acusado de participação indirecta no atentado contra Salazar, por se supor ter sido ele a fornecer o dinamite, o que era completamente falso, foi condenado a 16 anos de prisão.
Segundo o seu biógrafo esta prisão mais não foi do que uma vingança do poder que, por estarem fartos dele e das suas actividades revolucionárias, o fizeram pagar com juros…
Acabou por vir a morrer em 1972, junto dos seus familiares, não nos deixando qualquer escrito, por os mesmos terem sido queimados por sua mulher quando aterrorizada com a sorte do marido.
Por tudo o que foi e pelo que sofreu em prol dos explorados e oprimidos, VALENTIM ADOLFO JOÃO está ingrato e injustamente esquecido por todos por quem lutou e que afinal lhe devem a liberdade conseguida.
Apesar de avessos a cultos de personalidade e homenagens póstumas, sinto que neste caso devemos não calar o silêncio, relembrando e homenageando Valentim Adolfo João.